FUNDAMENTOS

CONTEÚDO DA LIÇÃO 01

1. O CONTEXTO DA REFORMA PROTESTANTE

Introdução:

O movimento que ficou conhecido na história como “A reforma protestante”. Foi sem sombra de dúvida, “o maior e o mais importante acontecimento na história da igreja, depois do Pentecoste.” Depois do pentecoste, nenhum evento foi tão expressivo como a reforma protestante.

Porque esta afirmativa?

Se o dia de “pentecoste” em (At 2:3), foi marcado pelo derramamento do Espirito Santo sobre toda igreja e pelo fenômeno da “Glossolalia”, a experiência do falar em outras línguas. A “reforma protestante” marcou o retorno da igreja aos trilhos da verdade e a centralidade das escrituras.

Observação:

A reforma protestante: “Não foi uma busca pela inovação, nem tão pouco uma busca pelas novidades. Mas foi um retorno ao cristianismo puro e simples ensinado pelos apóstolos.” Aliás, esta é a ideia da “Reforma Protestante” - retornar a forma original, voltar às origens, de quando a igreja iniciou centrada nos trilhos da verdade.

O que estava acontecendo? ou qual era o contexto?

Fico estarrecido porque, 506 anos depois da reforma protestante, ainda há muitos cristãos, incluindo líderes de igrejas que falam mal e até criticam quando tratamos sobre a importância da reforma protestante. Na verdade eles:

  • Não sabem o que foi a reforma protestante!
  • Não tem ideia do que estava acontecendo!
  • Não sabem contra o que protestaram!
  • Não sabem qual foi a ênfase da reforma!
  • Não sabem quais as implicações da reforma!
  • E não sabem quais os benefícios da reforma!

 

Isto, me lembra um famosos adágio popular que diz: “Você não pode saber para onde está indo, se não souber primeiro de onde veio”. Portanto, você só vai saber qual a importância da reforma protestante, quando de fato, souber o que estava acontecendo no contexto da reforma. - Veja:

  • No contexto da reforma: “A figura papal rogava para si o título de único mediador entre Deus e os homens.”
  • No contexto da reforma: “A tradição da igreja julgava ser a única que podia definir questões relacionadas a fé, se pondo acima da Bíblia.”
  • No contexto da reforma: “Havia o abuso excessivo do auto clero que julgava estar acima da igreja.”
  • No contexto da reforma: “Era comum o uso de elementos estranhos no culto.”

  • No contexto da reforma: “A igreja era comprometida com o estado, e o estado manipulava a igreja de tal forma, que a igreja era envolvida com atos obscuros, suborno e o enriquecimento ilícito.”
  • No contexto da reforma: “A venda de indulgencias era algo tão comum, que os líderes da igreja mercadejavam a fé e tornavam a salvação uma obra meritória.”

 

Observação contextual:

Este é o quadro pintado pela história que descreve a triste situação da igreja naquele contexto. E o resultado deste desvio da igreja, era visto em todas as áreas da sociedade:

  • No contexto político: “Aquele era um período marcado por muitas desarmonias, muitas guerras e crises nas mais diversas esferas da sociedade.”
  • No contexto social: “Havia muita fome, flagelo, epidemias como a peste negra de (1348). E outros males que só produziam morte, devastação e desordem social.”
  • No contexto espiritual: “A sociedade estava mergulhada na perversão e inversão de valores, totalmente jogada no pecado”.

 

O pior de tudo, é que diante desta triste situação: A igreja não fazia nenhuma diferença, ao ponto de haver um descredito total por parte da sociedade no papel da igreja. O sentimento predominante na sociedade era de insegurança, ansiedade, melancolia e pessimismo. Alias:


“Todas as vezes na história em que a igreja saiu dos trilhos da verdade e abandonou a verdade se desviando do evangelho consequentemente a sociedade padeceu”.


Portanto, a igreja foi chamada do mundo, para estar no mundo, sem ser do mundo, para ser luz no mundo. Os nossos pês estão aqui, mas os nossos corações estão no céu.


Qual foi a resposta dos reformadores?

A reforma protestante, foi um fenômeno que incluiu vários aspectos envolvendo tanto o âmbito: “social, político, econômico, cientifico e cultural. Mas sobretudo, foi também um evento de natureza teológica que resultou no retorno da igreja as escrituras. Nisto, a reforma protestante foi uma resposta dos reformadores aos desvios da igreja. Por essa razão, a ênfase da reforma consiste em 5 pontos:

  • Sola Escriptura – Somente as escrituras é a nossa única regra de fé e prática;
  • Sola Cristus – A salvação é somente por meio de Cristo;
  • Sola Gratia – A salvação é somente pela graça e não pelas obras;
  • Sola Fide – A salvação é recebida somente pela fé e não pelas obras;
  • Sola Deo Gloria - Somente Deus merece toda gloria pela obra da salvação;

 

Os 5 Solas da Reforma Protestante se constitui os pontos principais que representam uma resposta clara contra os ensinos equivocados da Igreja romana.

 

  • A igreja romana dizia: “Que a tradição era a única que podia julgar e definir todas as questões relacionadas a fé, se colocando acima da Bíblia.”
  • Os reformadores então responderam dizendo: Não! É a “Sola Escriptura”. Somente as escrituras tem autoridade para julgar e definir todas as questões relacionadas a fé cristã.
  • A igreja romana dizia: “Que a figura papal era o único representante de Deus na terra e o mediador entre Deus e os homens.”
  • Os reformadores então responderam dizendo: Não! É a “Sola Cristus”. Somente Cristo é o legitimo representante de Deus na terra e o único mediador entre Deus e os homens.
  • A igreja romana: “Praticava a venda de indulgencias mercadejando a salvação e tornando – a, um mérito humano.”
  • Os reformadores responderam dizendo: Não! É a “Sola Gratia”. A salvação é somente pela graça de Deus o favor imerecido e não um mérito humano.
  • A igreja romana dizia: “Que era preciso fazer boas obras para ser salvo.”.
  • Os reformadores responderam dizendo: Não! É a “Sola Fide”. A salvação é somente pela fé em Jesus Cristo e se fundamenta no que ele já fez e não no que o homem faz. Ou seja, a salvação é somente pela fé em Cristo. Pois a fé é a causa instrumental. Em outras palavras: É o meio.
    A igreja romana: “Adicionou elementos estranhos ao culto e ainda instituiu orações aos santos canonizados como mediadores.”
  • Os reformadores responderam dizendo: Não! É a “Sola Deo Gloria”. Somente a Deus deve tributado toda honra e toda gloria do início ao fim.

Portanto, volto a reafirmar o que desde de o início desta exposição eu já declarei. A reforma protestante foi sem sombra de dúvida o maior e o mais importante evento ocorrido na história da igreja depois do pentecoste. E nisto, faço mais uma vez esta ressalva: “A reforma não é uma busca pelo novo, mas um retorno há forma original.

Conclusão e aplicação:

Precisamos de uma Reforma que nos ponha de volta no caminho da verdade e de uma vida cheia do Espírito Santo. Que Deus nos ajude a buscarmos essa Reforma no sacerdócio, na teologia, na liturgia e na vida!

CONTEÚDO DA LIÇÃO 02

2. SOLA ESCRIPTURA

Texto Base – (II Tm 3:16-17):
 
16 – “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, 17 a fim de que o servo de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra.”
 

“Solus Escriptura – aponta Somente a escrituras tem autoridade final”.

Introdução:
A Bíblia é a única regra de fé e prática. É dela que emana o que cremos e ela nos ensina o que fazemos. Nenhuma tradição pode igualar-se às Escrituras. Nenhum concílio eclesiástico pode contrariar às Escrituras. Ela é a Palavra de Deus inspirada, inerrante, infalível e suficiente. Ela é eterna. Ela é suprema e absoluta.
 
É importante ressaltar que na reforma protestante os reformadores colocaram à Escritura o seu lugar de plena supremacia e autoridade absoluta.
 
“Não é a igreja que está acima da Escritura, mas as escrituras está acima da igreja.”
 
“Nem tão pouco a tradição está em pé de igualdade com a escrituras. Mas as escrituras é que está acima da tração.” 
 
Neste aspecto, existem 4 fontes de autoridades reconhecidas pela igreja. São:
 
  • As escrituras – “a constituição da fé”
  • A tradição – “o colégio eclesiástico”
  • A consciência – “o tribunal humano”
  • A experiência – “o conhecimento prático”
 
Entretanto, “à tradição, a consciência e a experiência estão debaixo das escrituras e são subjugadas por elas”. Pois, ninguém estar a cima das escrituras. 
 
Entretanto, ao estudar a história da igreja, percebe-se que no decorrer dos anos aconteceram alguns erros:
 
No I século da nossa era cristã: “A igreja primitiva “tinha como única fonte de autoridade suprema as escrituras. Ela tinha a palavra final em tudo” – (At 2:42a);
 
Já na idade média: “A igreja casou-se com estado. E o resultado, “tiraram a autoridade das escrituras e colocaram na tradição”.
 
Na reforma protestante: “Os reformadores resgataram a autoridade das escrituras, tirando-a da tradição e devolvendo a escrituras.”
 
Porém, no contexto contemporânea: “A igreja brasileira está caindo erro do passado. Estão tirando a autoridade das escrituras e colocando na experiência - (Rm 12:1).
Isto, é preocupante porque todas as experiências devem ser subjugadas e normatizadas pela escrituras. M. Lutero dizia: “Qualquer ensinamento que não se harmoniza com as escrituras deve ser rejeitado, ainda que tal ensinamento faça chover milagres todo dia.”
Por isso, é que devemos examinar as escrituras, porque elas é que testificam acerca de Deus. E são suficientes para termos uma fé madura e uma vida abundante. 
Neste ponto, vou considerar três verdades básicas:
 
Primeira verdade - “As Escrituras são inerrantes quanto ao seu conteúdo”.
 
As Escrituras não contêm erros. As escrituras não falham. Seu conteúdo foi revelado por Deus. Seus autores foram inspirados por Deus. Seu registro foi assistido pelo Espírito Santo. Portanto, Ela é precisa nos seus relatos e inerrânte nos seus ensinos. (Jr 1:12 - Mt 24:35 - Jo17:17).
 
Segunda verdade – “As Escrituras são infalíveis em suas profecias”. 
 
As profecias bíblicas são específicas, exatas, e muito bem definidas. Milhares de profecias já se cumpriram e outras estão se cumprindo literal e fielmente. Nenhum outro livro se compara à Bíblia neste particular. Ela é infalível.
 
 
Terceira verdade – “As Escrituras são suficientes quanto à doutrina e vida”. 
 
Não precisamos de outras revelações extra bíblicas para conhecermos tudo quanto Deus quer que saibamos.  Aliás, há uma maldição para aqueles que subtraem o que nela esta e sobre aqueles que acrescenta o que nela não está.
 
Lamentavelmente a igreja evangélica contemporânea atravessa uma das maiores crises de sua história. E por mais estarrecedor que isto pareça ser aos nossos ouvidos, esta é uma realidade comprovada diante dos nossos olhos. Estou fazendo esta afirmação, porque tal qual a igreja nos dias da reforma protestante. A igreja contemporânea vive o mesmo cenário e com um atenuante a mais. Isto, sem falar que o movimento evangélico hoje beira o espiritismo pois, muito do que vemos hoje dentro do neopentecostalismo e pentecostalismo brasileiro imita práticas do culto afro desembocando assim em uma espécie de sincretismo religioso. 
 
E o mais preocupante é que essa crise que a igreja contemporânea atravessa, tende a se agravar ainda mais, considerando dois aspectos:
 
Aspecto - O contexto externo da igreja:
 
Na sociedade fora da igreja, predomina a velha concepção relativista de que não há verdade absoluta e tudo é relativo ou seja - não há padrão de certo e errado e cada indivíduo tem a sua própria verdade;
 
Prevalece o construtivismo social que propõe uma tipo de sociedade humanista e antropocêntrica onde Deus é destituído;
 
Onde subsiste o pluralismo religioso com a ideia de que todas as religiões são verdadeiras e todo caminho leva a Deus;
 
Esses são apenas alguns dos aspectos que envolve o nosso contexto externo da igreja de hoje. Mas ainda temos:
 
Aspecto - O contexto interno da igreja onde:
 
Predomina a terrível secularização da fé influenciada pelos pressupostos do mundo moderno – é a busca pelo novo – inovação;
 
A banalização do sagrado que revela a falta de critérios e de parâmetros bíblicos na vida cristã e também no culto;
O abandono das escrituras como uma normativa de vida e fé, tornando a bíblia um elemento secundário; 
 
Tudo isto, somado ao analfabetismo bíblico, o foco na experiência como substituta da ortodoxia bíblica. O resultado não poderia ser outro, se não o distanciamento de Deus e das escrituras. E as consequências de tudo isto, é notoriamente percebido no perfil da igreja de hoje:
 
  • Perdeu a primazia das escrituras;
  • Perdeu a centralidade de Cristo no culto; 
  • A igreja rendeu-se à proposta d culto show; 
  • O arrependimento substituído p encenação; 
  • Deus se tornou um subproduto;
 
A prova do que está sendo dito são as estatísticas. Elas dizem que: de cada 10 jovens que nasceram no lar evangélico. Frequentaram a igreja até chegar a juventude. Passaram pelas aguas do batismo e durante um bom tempo participaram de algum grupo na igreja. Mas, ao ingressar numa universidade de nível superior, antes de concluir o curso. 7 abandonam a igreja, se desviam da fé e alguns se declaram ateus. 
 
Pode parecer que essa abordagem seja meio constrangedora, Mas, é verdadeira! E, tudo isto, tem serias implicações exatamente porque: essa triste realidade não é um problema presente apenas nos segmentos seculares que se declaram críticos da bíblia; Mas é uma realidade presente dentro da igreja e sobre tudo igrejas históricas que outrora eram guardiãs da verdade.
 
Conclusão e Aplicação:
 
Precisamos de uma Reforma que ponha a igreja de volta nos trilhos da verdade e de uma vida cheia do Espírito Santo.
Como fazer isto? 
 
  • Tendo uma cosmovisão correta acerca das escrituras;
  • Tendo consciência do real proposito e papel da igreja;
 
Portanto, a única maneira da igreja permanecer nos trilhos da verdade e não se render as seduções da cultura moderna é submetendo-se a supremacia das escrituras.
 
  • Só a escritura é autoridade absoluta;
  • Só a escritura define nossa fé;
  • Só as escrituras é fonte de sabedoria;
  • Só a escritura rege nossas decisões;
  • Só a escritura rege nossa vida;
 
Com isto em mente, pode se dizer: “toda tentativa de diminuir o lugar e o papel da escritura, só resultará em problemas que impedirão o crescimento saudavel da Igreja.
TÓPICOS DA SEMANA 02
1. OBEDEÇA A DEUS, APESAR DOS OBSTÁCULOS (JOSUÉ 3:1-6):

A coragem para se movimentar começa com a obediência, mesmo diante de obstáculos aparentemente intransponíveis. Josué instrui o povo a seguir a arca da aliança, simbolizando a presença de Deus. Devemos nos perguntar: Quais instruções de Deus estamos ignorando devido à obsessão pelos obstáculos? Às vezes, as maiores oportunidades surgem quando decidimos obedecer, independentemente das circunstâncias.

2. SIGA NA DIREÇÃO DE DEUS, APESAR DA FRAQUEZA (JOSUÉ 3:7-13):

Não é o tamanho do passo que importa, mas a direção. Mesmo em nossa fraqueza, somos chamados a seguir na direção de Deus. Às vezes, o medo nos paralisa, mas a coragem para se movimentar requer um compromisso de avançar, confiando que Deus guiará nossos passos. Perguntemo-nos: Em que direção estamos indo?

3. AVANCE NO PODER DE DEUS, APESAR DAS IMPOSSIBILIDADES (JOSUÉ 3:14-17):

Deus opera milagres, mas espera movimento de nossa parte. A coragem para se movimentar envolve avançar no poder de Deus, mesmo quando as situações parecem impossíveis. Perguntemo-nos: Para onde precisamos ir? Que passos de fé precisamos dar, confiando no poder sobrenatural de Deus?

CONCLUSÃO:

À medida que concluímos este segundo sermão da série START, somos desafiados a ter a coragem não apenas de lembrar das promessas de Deus, mas também de nos movimentarmos em direção a elas. Obedeçamos apesar dos obstáculos, sigamos na direção de Deus, apesar da fraqueza, e avancemos no poder de Deus, apesar das impossibilidades. Este é o caminho para a vitória que Deus tem reservada para cada um de nós.

APLICAÇÕES PRÁTICAS

Examine as Instruções de Deus:

Faça uma reflexão honesta sobre sua vida e identifique as instruções de Deus que você pode ter ignorado devido aos obstáculos. Comprometa-se a obedecer, independentemente das circunstâncias.

Avalie a Direção de Sua Vida:

Reflita sobre a direção em que sua vida está indo. Esteja disposto a fazer ajustes se necessário, seguindo na direção que Deus aponta, mesmo em meio à sua fraqueza.

Identifique Passos de Fé:

Considere as áreas em que Deus está chamando você para avançar. Identifique passos práticos de fé que você pode tomar, confiando no poder de Deus para superar as impossibilidades.

CONTEÚDO DA LIÇÃO 03

3. “SOLA CRISTUS” - SOMENTE CRISTO É O ÚNICO MEDIADOR ENTRE DEUS E OS HOMENS;

Texto Base – (AT 4:12):

E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos.

Introdução:

Solus Christus - Somente Cristo é o único mediador entre Deus e os homens; A singularidade de Cristo é clara e explicita em toda a Bíblia. Ele não é uma verdade entre outras; ele é a verdade. Ele não é um caminho entre muitos; ele é o Caminho. Ele não é um mediador no meio de outros intercessores; ele é o único Mediador entre Deus e os homens. Ele não é um salvador entre outros salvadores. Ele é o único pelo qual somos salvos. Ele é a porta do céu. Ele é o novo e vivo caminho para Deus. E fora dele não há salvação.

  • O Antigo Testamento aponta para ele;
  • Já o Novo Testamento descreve sua pessoa e sua obra;
  • Cristo é o centro da eternidade, pois nele convergem todas as coisas tanto as do céu como as da terra.
  • Ele é o centro da história, pois só ele pode dar significado a ela e levá-la a uma consumação.
  • Ele é o centro da igreja, é o fundamento, dono, edificador e protetor.
  • Cristo é o centro e o agente da criação, o sustentador do universo, o redentor o seu povo, o Senhor diante de quem todo joelho se dobra no céu, na terra e debaixo da terra.

A Reforma Protestante foi também um retorno à centralidade de Cristo, pois ele é o centro das Escrituras. E neste aspecto, Destacaremos aqui quatro pontos importantes:

Em primeiro: Cristo é o único Mediador entre Deus e os homens. 

A igreja da Idade Média havia criado um panteão de intercessores. Maria e os santos canonizados eram abertamente invocados como aqueles que deveriam interceder por nós junto a Deus. Ainda hoje há uma máxima na igreja romana: “Pede à Mãe, que o Filho atende”. Esses ensinamentos estão em flagrante oposição ao que a palavra de Deus ensina.
A Bíblia é enfática: “Porquanto há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem” (1Tm 2.5).
O próprio Jesus foi claro: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim” (Jo 14.6).
- Jesus não é um Mediador entre outros; ele é o único Mediador.
- Ele não é um dos muitos caminhos para o céu; ele é o único;
- Jesus é a porta e ninguém poderá chegar a Deus, exceto por ele!

Segundo: Cristo é o único Salvador dado Deus aos homens.

O homem não pode salvar a si mesmo por meio de suas obras.
A igreja não pode salvar o homem por meio de seus rituais.
A ideia de que o batismo pode regenerar o homem é um ledo engano.
A ideia de que podemos ser salvos pela penitência é um rotundo erro.

A salvação é obra de Deus, oferecida aos pecadores, pela graça, mediante a fé em Cristo. Não há nenhum outro nome dado entre os homens pelo qual importa que sejamos salvos, exceto o nome de Jesus (At 4.12). Só ele salva (At 16.31). Só nele temos vida eterna (Jo 6.47). Não cooperamos com Deus em nossa salvação, pois tudo provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo, por intermédio de Jesus (2Co 5.18).

Em terceiro, Cristo é o único cabeça e Senhor da igreja. 

A ideia de que o papa é a pedra fundamental e o cabeça da igreja é um consumado do erro. Veja:
A igreja só tem um fundamento: este é Jesus (1Co 3.11).
A igreja só tem um cabeça: este é Jesus (Ef 1.22).
A igreja só tem um dono: este é Jesus (Mt 16.18).
A igreja só tem um Senhor: este é Jesus (Fp 2.9-11).
Jesus morreu para comprar com o sangue aqueles que procedem de toda tribo, língua, povo e nação (Ap 5.9).

Em quarto, Cristo é o único Sumo Sacerdote que está no céu intercedendo pela igreja diante de Deus o pai. 

A ideia de que o papa é o Sumo Pontífice, ou seja, o supremo mediador entre Deus e os homens não tem qualquer amparo nas Escrituras.

- Cristo é o nosso grande Sumo Sacerdote. Ele é grande porque morreu pelos nossos pecados segundo as Escrituras e ressuscitou segundo as Escrituras para a nossa justificação (1Co 15.3; Rm 4.25).

- Ele penetrou os céus (Hb 4.14)

- Está à direita de Deus, intercedendo por nós (Rm 8.34).

- Por essa razão, ele pode salvar-nos totalmente (Hb 7.25).

- Porque Jesus foi o sacrifício perfeito e o Sacerdote supremo, nossos pecados foram julgados nele. Com base em seu sacrifício substitutivo, fomos declarados justos diante do tribunal de Deus. Estamos quites com sua lei e com sua justiça.
Não pesa mais nenhuma condenação para aqueles que estão em Cristo Jesus, nosso Senhor (Rm 8.1). Oh, quão grande Redentor temos em Cristo. Permanece tremulando a bandeira da Reforma: Solus Christus!

Conclusão e aplicação:

A Reforma trouxe à Igreja o Evangelho simples dos apóstolos, centrado na suficiência e exclusividade da obra de Cristo para a salvação. A velha confissão de Paulo foi de novo a confissão dos reformadores: “Porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado” (1Co 2:2).

TÓPICOS DA SEMANA 03
1. PARE PARA ADORAR A DEUS (JOSUÉ 4:19-20):

A coragem de desacelerar começa com a parada para adorar a Deus. Às vezes, nos perdemos na correria da vida, esquecendo-nos da importância de adorar e reconhecer a grandiosidade do nosso Senhor. Paremos deliberadamente para adorar, oferecendo a Ele o nosso tempo e coração.

2. PARE PARA LEMBRAR DA PROVIDÊNCIA DE DEUS (JOSUÉ 4:21-23):

Desacelerar também envolve parar para lembrar da providência de Deus em nossas vidas. Israel, ao atravessar o Jordão, ergueu um memorial de pedras como testemunho das obras de Deus. Da mesma forma, devemos refletir sobre os momentos em que Deus agiu poderosamente em nossa jornada e construir memorais de gratidão.

3. PARE PARA CONTEMPLAR O PODER DE DEUS (JOSUÉ 4:24):

A coragem de desacelerar culmina na parada para contemplar o poder de Deus. Josué destaca que é o Senhor que secou o Jordão diante do povo. Ao desacelerarmos, somos capazes de contemplar a majestade e o poder do nosso Deus, renovando nossa confiança n’Ele.

CONCLUSÃO:

Ao concluirmos este terceiro sermão da série START, somos desafiados a abraçar a coragem de desacelerar em nossas vidas. Ao pararmos para adorar, lembrar da providência de Deus e contemplar Seu poder, fortalecemos nossa fé e renovamos nosso compromisso de seguir avançando com Ele.

APLICAÇÕES PRÁTICAS

Agenda de Adoração Diária:

Reserve tempo diariamente para adoração pessoal. Crie um espaço na sua agenda para louvor, oração e reflexão, cultivando uma conexão mais profunda com Deus.

Criação de Memorais de Gratidão:

Identifique momentos significativos em sua jornada espiritual e crie “memoriais” para lembrar da providência de Deus. Isso pode ser feito por meio de anotações, fotografias ou outros símbolos tangíveis.

Tempo de Reflexão sobre o Poder de Deus:

Dedique períodos regulares para contemplar o poder de Deus em Sua criação, na Sua Palavra e em Sua obra em sua vida. Desacelere para reconhecer Sua grandeza e renovar a confiança em Seu poder.

CONTEÚDO DA LIÇÃO 04

4. “SOLA GRATIA” - A SALVAÇÃO É SOMENTE PELA GRAÇA DE DEUS O FAVOR IMERECIDO”

Texto Base – (Tt 2:11):

“Pois a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens”.

Introdução:

Os reformadores entenderam a importância da graça de Deus para o ensino bíblico sobre a salvação. De fato, um dos lemas que veio a definir o ensino da Reforma era sola gratia, que é o latim para “somente pela graça”. Somos salvos somente pela graça de Deus. O apóstolo Paulo diz que somos salvos pela graça, mediante a fé (Ef 2.8).

Não podemos ser salvos pelos nossos próprios méritos e esforços, pois antes de sermos alcançados pela graça de Deus, estávamos espiritualmente mortos: “Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados, nos quais andastes outrora, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência.” (Ef 2:1,2).

Depois de anos buscando alcançar a salvação pelos seus esforços, o reformador Martinho Lutero finalmente entendeu, através das Escrituras, que não é possível para o ser humano ser salvo pelo cumprimento da Lei. “Como está escrito: Não há justo, nem um sequer… visto que ninguém será justificado diante dele por obras da lei, em razão de que pela lei vem o pleno conhecimento do pecado.” (Rm 3.10,20); “E é evidente que, pela lei, ninguém é justificado diante de Deus, porque o justo viverá pela fé.” (Gl 3.11).

Os reformadores compreenderam que, tendo como base a justiça de Cristo, Deus pode e efetivamente declara justo aquele que crê. Este ato de declarar justo é algo completamente gratuito, pois o homem nada fez para merecer isso, uma vez que tudo provêm da obra e dos méritos do Senhor Jesus Cristo. Jesus não só morreu por nós, mas viveu por nós. Cada ato de obediência, seja no batismo para “se cumprir toda justiça” (Mt 3.15), seja na tentação no deserto (Mt 4.1-11), foram realizados em nosso favor. A base da nossa justificação é a graça de Deus, e a justiça que é colocada em nossa conta é a retidão e obediência de Jesus em seu ministério terreno.

  • Deus nos salvou não por causa dos nossos méritos, mas apesar dos nossos deméritos. A salvação não é uma conquista das obras, mas uma oferta da graça.

 

  • Deus nos salvou não pelo nosso esforço, mas pelo sacrifício de seu Filho. A salvação não é resultado de esforço humano, mas da ação divina. Não é fruto do trabalho humano, mas do sacrifício de Jesus na cruz.

 

  • Deus nos salvou não pelos nossos predicados morais, mas por sua imerecida graça. Graça é um dom imerecido. Deus dá a salvação a pecadores indignos.

 

  • Deus nos salvou não para que exaltássemos a nós mesmos, mas para que fôssemos troféus de sua graça. A salvação procede Deus, é realizada e consumada por Deus para que ele receba toda a glória. Hoje somos filhos de Deus, herdeiros de Deus, a menina dos olhos de Deus, troféus da graça de Deus!

A salvação não uma conquista humana. A salvação é uma dádiva de Deus. A salvação não é um mérito. A salvação é um favor imerecido. Tudo o que merecíamos era o juízo. Mas ele nos ofereceu o perdão. Nós mereceríamos a condenação e Deus nos deu a salvação.

Deus decidiu nos amar mesmo nós sendo fracos, ímpios, pecadores e inimigos. Ele nos amou. Ele inclinou para nós seu coração mesmo quando não o buscávamos. Ele planejou, realizou e consumou nossa salvação. Tudo provém dele. Tudo é feito por ele para que a glória seja toda dele. Nós somos troféus de sua graça.

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